Quem sou eu

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Achei tão pertinente que resolvi postar... Ele também é exemplo de superação!

Lula o "Anarfa"!


Discurso historico de Lula contra o preconceito das elites brasileiras. Occorrido no comicio em Campo Grande/MS no dia 23/08/2010.

"A doença pior que existe na humanidade é o preconceito!
E eu sei quanto preconceito eu fui vítima neste País.
Hoje eu brinco com o preconceito...
Hoje eu falo "menas laranja", as pessoas acham engraçado.
Mas quanto eu falava em 89 eu era um "anarfa".
Porque a ignorância dos que me achava "anarfa" era de confundir a inteligência com o conhecimento e o aprendizado de um banco da escolaridade.
A ignorância...
A ignorância de algumas pessoas que achavam que só tinha valor aquilo que vinha de fora.
É americano? É maravilhoso!
É europeu? É extraordinário!
É chinês? É fantástico!
É japonês? É não sei o quê lá!
E se comportavam como se fossem cidadãos de 2ª classe ou verdadeiros "vira latas" que não se respeitavam e que não tinham auto-estima por si mesmos.
Quantas vezes me disseram....
Eu lembro, Zeca, como se fosse hoje: 
Uma vez eu estava almoçando na Folha de São Paulo, e o diretor da Folha de São Paulo perguntou pra mim:
Escuta aqui oh candidato:
"Voce fala inglês?" 
Eu falei, nao!
"Como é que voce quer governar o Brasil se voce não fala inglês?"
"Mas assim não é possível!"
Eu falei, mas eu vou arrumar um tradutor.
"Mas assim não é possível, o Brasil precisa ter um presidente que fala inglês!"
E eu perguntei pra ele: "Alguém já perguntou se o Bill Clinton fala português?"
Nãaaooo!
Mas eles achavam...
Eles achavam que o Bill Clinton não tinha obrigação de falar português.
Era eu, o subalterno do país colonizado que tinha que falar inglês e não ele falar português.
Teve uma hora, Zeca, que eu me senti chateado e levantei da mesa E falei: "Eu não vim aqui pra dar entrevista, eu vim pra almoçar".
"Se isso é uma entrevista eu vou embora"
E levantei, larguei o almoço, peguei o elevador e fui embora.
"Vou terminar o meu mandato, Zeca, sem precisar ter almoçado em nenhum Jornal e nenhuma Televisão"
Vou terminar o meu mandato.
Também nunca faltei com o respeito com nenhum deles Já faltaram com o respeito comigo
E você sabem o que já fizeram comigo. Se dependesse de alguns meios de comunicacao eu teria 0% na pesquisa e não 80% de bom e ótimo, como nós temos neste País".
Voces tiveram consciencia de eleger um metarlugico que tinha perdido muitas eleicoes por ser igual a maioria do povo. E o povo nao acreditava que fosse capaz de dar a volta por cima. O povo nao acreditava porque no's aprendemos a vida inteira que no's eramos seres inferiores. Que pra governar esse pais tinha que ser usineiro, tinha que ser fazendeiro, tionha que ser advogado, tinha que ser empresario, tinha que ser doutor e mais doutor. Um igual a gente nao poderia governar o pais. No's nao sabemos governar. Muito menos o coitado de um bancario (Zeca do PT), "se coloca no seu lugar bancario!" "Porque esse pais e' pra ser governado por banqueiro enao por bancario." "Se coloca no teu lugar mulher!" "Por que este pais e' pra ser governado por homens enao por mulher!" "Se coloca no teu lugar metarlugico porque este mundo nao e' pra ser governado por aqueles que moram no andar de baixo, mas por aqueles que moram no andar de cima!" E' assim que a escola ensinou, e' assim qu ea sociologia ensionou, e' assim que nos ensinaram a vida inteira! Ate' que um dia... eu lembro um poema do Vinicius de Morais, O Operario em Construcao, eu aprendi que um operario poderia dizer nao. E quando ele disse nao a logica perversa que estava montada nesse pais..." 
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Sabem... ele tem razão! Quebramos paradigmas e elegemos um metalúrgico para presidente do nosso país e ele fez muita coisa... afinal, a tal da governabilidade faz com que fique quase que impraticável romper com certos acordos... mas, o que quero dizer, é que precisamos quebrar outro paradigma: Mulher não pode governar um país! Isso é ridículo! Urge a necessidade de mudança deste pensamento machista e arcaico... Em 2011 precisamos de uma mulher no poder!

Um comentário:

  1. Márcia, perdoe o extenso comentário. Mas é preciso devido ao desmentido do caso feito pelos jornalistas da Folha. O Ricardo Kotscho postou em seu blog(http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/)
    Vou mais uma vez recorrer ao meu livro “Do Golpe ao Planalto - Uma vida de repórter”, da Companhia das Letras. Como fiz com outras pessoas citadas no livro, mandei os originais com este trecho para Otávio Frias Filho. Caso discordasse da minha versão, poderia dar a dele que eu publicaria no livro. Por não ter recebido outra versão, entendi que ele estava de acordo.O episódio está relatado à página 225:
    “O único problema mais sério que tivemos no relacionamento com a imprensa ao longo da campanha aconteceu por culpa minha. Lula já havia mantido encontros e participado de almoços com os dirigentes dos principais meios de comunicação, mas resistia a atender ao convite da Folha para o tradicional almoço com os diretores, editores e repórteres especiais.
    Quase toda semana, “seu” Frias ou alguém a seu pedido repetia o convite, que eu voltava a levar a Lula. Este alegava que noutras ocasiões tinha ficado contratriado da maneira pouco cortês como fora tratado no jornal. Tanto insisti, que ele acabou me autorizando a marcar o almoço. Impôs, no entanto, que o número de participantrs fosse reduzido, para que pudesse conversar melhor com “seu” Frias.
    Em razão de algum mal-estar ocorrido em almoços anteriores, dos quais não participei, o clima já não pareceu muito amigável desde o momento em que “seu” Frias recebeu Lula e José Alencar. Otavio Frias Filho ficou calado, enquanto Lula não parava de falar dos seus planos para o país e da importância de ter um vice como Alencar.
    Assim que os comensais sentaram à mesa, Frias Filho disparou a primeira pergunta: se Lula se sentia em condições de governar o país, mesmo sem ter se preparado para isso, não sabendo nem falar inglês. O candidato fez uma expressão de incredulidade, olhou para mim como quem diz: “E eu tinha que ouvir isso?”, engoliu em seco e deu uma resposta até tranquila diante daquela situação constragedora.
    Como se tivessem sido ensaiadas, as perguntas seguiram no mesmo tom hostil ao convidado, até que, já quase na hora em que seria servida a sobremesa, alguém quis saber como ele se sentia ao aceitar uma aliança com Paulo Maluf. O argumento era que, se o PL apoiava Maluf na eleição para governador de São Paulo, o candidato do PT a presidente também estaria se aliando ao político que mais combatera durante toda a história do partido.”
    Não havia, porém, nenhuma aliança em São Paulo entre o PP e o PT, que disputava a mesma eleição tendo como candidato o deputado federal José Genoino. Foi a gota d´água. Lula não respondeu; levantou-se, dirigiu-se a “seu” Frias e comunicou: “O senhor me desculpe, mas eu não posso mais ficar aqui. Vou embora. Não posso aceitar isso em nome da minha dignidade”.

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